O colégio fez 100 anos, houve uma cerimónia especial, com direito a comes e bebes. "Estava lá toda a gente", segundo o Director Sto.
Peter O foi convidado para tocar piano, para todos os convidados.
Peter O era, na altura, uma das vedetas do colégio. O Professor Ré já havia falado do seu talento a todos os seus amigos músicos, que também lá estavam para ouvir o jovem prodígio.
Estava a cidade em peso, à espera de Peter O e da nona sinfonia de Beethoven.
O Padre Bof estava preocupado com Peter O, "não estejas nervoso Peter, vais ver que consegues...", dizia, de boca cheia, enquanto devorava um croquete.
Peter O não percebia a preocupação do Padre Bof, "afinal, já tinha tocado aquilo milhares de vezes..."
Peter O aproximou-se do piano, sentou-se, nem olhou para o público e começou a tocar. Tocou como tocava sempre, quando acabou, levantou-se e saiu do palco. Olhou para o Professor Ré, que mostrava os dentes com tal força que parecia ter ficado sem bochechas, "olha Peter, estão todos em pé por tua causa", Peter O não percebeu se tinha feito algo de mal, "mas porquê?", perguntou preocupado.
"Eles adoraram, aposto nunca viram nada assim!", dizia entusiamado o Padre Bof, a devorar outro croquete. Peter O pensou que o Padre Bof já devia ter comido, pelo menos, quarenta croquetes!
O Director Sto foi, no final, dar os parabéns a Peter O, "parabéns meu jovem, excelente performance, mas tenho que o repreender. Então nem uma vénia fez ao seu público? Foi muito indelicado da sua parte!"
Peter O não percebeu porque haveria de fazer uma vénia, nunca tinha feito nenhuma à saída da sala de música!
Peter O ficou contente, por o Padre Bof e o Professor Ré estarem contentes.
Peter O sentiu-se especial!
Peter O foi comer um croquete.
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